Tentativas de alterar cirurgicamente os seios vêm sendo desenvolvidas através de décadas. O Dr. Thomas D. Cronin, nativo de Houston, Texas, foi um marco no desenvolvimento de cirurgias mamárias e ouviu, pela primeira vez, sobre o gel de silicone em uma conferência médica em 1961. Um jovem médico de Midland, Texas, citou a possível adição de gel polímero inorgânico em seu projeto, material estável, flexível e viscoso que parecia ser seguro ao corpo humano, podendo, inclusive, ser usado em uma prótese implantável. Cronin escondeu a informação, pensando que poderia vir a calhar em sua prática clínica com a Baylor College of Medicine ou com os seus residentes de cirurgia plástica.
No decorrer dos fatos, o Dr. Frank J. Gerow, um dos residentes de Cronin, ao lidar com uma bolsa de sangue intravenosa identificou que o mesmo formato poderia ser aplicado a um seio. O saco IV, na época, era uma invenção recente, tomando o lugar de garrafas de vidro para armazenamento de líquidos. Gerow contou a Cronin sobre o saco IV e Cronin recordou do novo gel de silicone, o qual havia assistido na conferência.
O conceito de Gerow, conhecido como: “saco de silicone” preenchido com matérias maleáveis parecia promissor. Cronin apresentou a ideia para Silas Braley, diretor da divisão de pesquisa médica da Dow Corning, empresa especializada na fabricação de silicone, que produziu amostras em forma de mamas em tamanhos pequenos, médios e grandes.
O primeiro teste foi realizado em uma cadela chamada Esmeralda. Biggs entre outros residentes acompanharam a recuperação do animal, que não apresentou nenhuma reação adversa.
A primeira aplicação clínica em um ser humano foi realizada no hospital de Houston em 1962 pelo Dr. Frank J. Gerow. Como o governo ainda não havia regularizado a utilização de dispositivos médicos para tal procedimento, Timmie Jean Lindsey, silenciosamente, tornou-se a primeira receptora mundial de implantes mamários modernos. A cirurgia foi um sucesso.
A ideia estava no caminho para se tornar um destino internacional da reconstrução da mama e aumento cirúrgico. Os novos implantes “sensação natural” foram apresentados com grande alarde por Cronin e Gerow em um artigo em 1963 no Terceiro Congresso Internacional de Cirurgia Plástica em Washington, DC.
Cronin, com o apoio da Dow Corning, entrou com pedido de uma patente em agosto de 1963. Em 27 de dezembro de 1966, o dispositivo introduziu o registro sob o título “prótese de mama humano cirurgicamente implantável”. Em 1964, a Dow Corning iniciou a comercialização de implantes Cronin-Gerow e, dentro de uma década, também estavam sendo usados para a cirurgia reconstrutiva da mama após a mastectomia.
Em 1992, no entanto, um ataque de ações judiciais alegando que pacientes haviam contraído doença no tecido conjuntivo a partir de implantes rompidos levou a FDA (Food and Drug Administration) a exigir uma breve moratória voluntária sobre os implantes de silicone enquanto aguardava estudo. Dentre as críticas, Lindsey apareceu publicamente em apoio dos progenitores e seu dispositivo protético pioneiro.
Em 2006 e novamente em 2011, a FDA, após estudos, comprovou que não havia nenhuma ligação entre silicone e doenças autoimunes ou câncer da mama. A aplicação cirúrgica de implante de próteses mamárias continua em evolução. Hoje em dia é adequada a uma recuperação mais rápida e eficiente, junto a um estudo de aplicação mais detalhado para não causar conflito no corpo do paciente.
Biggs, participante da primeira cirurgia realizada, agora com 83 anos, costumava dizer que a cirurgia tem um efeito transcendente ao físico, lembrando uma jovem mulher que possuía seios pequenos. Sua paciente, antes da cirurgia alegou: “minha mãe disse que eu não oro o suficiente”, logo após o procedimento, afirmou: “Eu não tenho a orar mais”, referindo-se a mudança corporal.
Traduzido e baseado em: chron.com